Tema do dia... Filipe Menezes
Menezes é o «reatar do santanismo», Portugal Diário
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou este domingo, na RTP, que a vitória de Luís Filipe Menezes nas directas do PSD representa «o reatar do santanismo». O partido quis dizer que «quer a linha populista de Santana, se bem que agora não seja ele, mas uma figura menos mediática, mas mais trabalhadora».
Para Marcelo, «a maioria do partido pensa que Menezes, com a sua linha populista, vai ganhar as europeias, as autárquicas e as legislativas». Agora, «se se perder tudo, o partido fica nas lonas. Se houver uma nova derrota igual a 2005 o partido fica exangue», avisou.
Quanto a Manuela Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa considera que «tirou o tapete» a Marques Mendes e deu-o a Menezes ao não manifestar o seu apoio público ao ex-líder do PSD nas directas para a liderança do partido. «Acho que Manuela Ferreira Leite tem uma experiência política suficientemente longa para saber que prometer dizer o seu sentido de voto e não o fazer e não esclarecer a utilização do seu nome por um candidato teve um peso decisivo a favor desse candidato», considerou Marcelo Rebelo de Sousa.
Para Rebelo de Sousa este não apoio expresso a Marques Mendes da ex-ministra das Finanças e de outros «barões» do partido foi um dos factores que deram a vitória a Luís Filipe Menezes nas directas.
O ex-presidente social-democrata considera ainda que Menezes será um adversário mais fácil para Sócrates: «O populismo de Menezes tem por baixo um bloco central de interesses socialistas».
Quanto à disputa para a direcção do grupo parlamentar, com eleições marcadas para 18 de Outubro, Marcelo Rebelo de Sousa adverte para os problemas de ter Pedro Santana Lopes - que não se excluiu desta disputa - na liderança da bancada: «Cria um partido com dois líderes, um dentro do Parlamento e outro fora».
Sobre a posição do Presidente da República após esta mudança na liderança social-democrata, Rebelo de Sousa salientou que Menezes não se referiu a Cavaco Silva na sua declaração de vitória. «Cavaco vai ter de receber Menezes e vai ser mais «entalado» por ele do que era por Marques Mendes», disse.
Soares explica-se, Primeiro de Janeiro
Mário Soares afirmou ontem que não comentou as eleições directas do PSD e que o que considerou uma “desgraça” foi a fragilização do partido, devido às polémicas surgidas nos dias que antecederam o escrutínio.
“Não me pronunciei sobre a vitória ou a derrota de um dos candidatos, porque não me diz respeito, porque se tratou de uma eleição interna de um partido”, afirmou.
De resto, também ontem, uma fonte da organização da campanha de Luís Filipe Menezes disse que Mário Soares ligou esta tarde ao novo líder do PSD para “lhe dar um abraço e felicitá-lo pela vitória”. De acordo com a mesma fonte, nesse telefonema, Mário Soares fez questão de garantir que as suas declarações que têm estado a ser veiculadas pela Comunicação Social “foram totalmente retiradas do contexto”, tendo “confundido” o que o ex-chefe de Estado queria expressar.
As críticas de Mário Soares – acrescentou a fonte – referiam-se não à pessoa ou à vitória de Luís Filipe Menezes, mas à “eleição fratricida” que decorreu no PSD.
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