19 fevereiro 2006

Destino: Luanda...

(...) Angola, a ex-colónia onde melhor se fala e escreve português, pode vir a constituir uma grande potência regional.

Angola está efervescente. Três anos após ter sido estabelecida a Paz e a reconciliação nacional, este grande país da África Ocidental abre-se ao exterior e vive com ganas o desejo de estabelecer o progressso económico e o bem-estar das populações.
Luanda é uma verdadeira cidade cosmopolita onde todos os dias chegam pessoas oriundas das mais variadas partes do mundo à procura de uma oportunidade de negócio. O ‘hall’ dos principais hotéis constitui uma Babel onde se cruzam vozes em português, inglês, chinês, alemão e tantas outras. Os aviões chegam e saem cheios todos os dias. De Portugal aterram dois ou três voos diários da TAP e da TAAG, sempre esgotados. É uma carga de trabalhos conseguir um lugar nesses voos.
Mas o circuito por Luanda não se faz só a partir da Europa. Há um grande tráfego entre Angola e a África do Sul, Nigéria, Namíbia e outros países da África Austral. Esta sobreocupação da capital angolana nota-se bem na confusão que é a circulação automóvel por todas as artérias. É uma tormenta transitar da marginal para a parte alta da cidade. Mas cada paragem nos semáforos dá para apreciar um autêntico desfile das mais modernas marcas de automóveis. Com seis milhões de habitantes, não sei quantos milhões de jipes e carros de alta cilindrada. Claro que estes sinais de riqueza contrastam ainda com gente a viver na mais completa miséria. Angola joga-se nos extremos. Gente com muito dinheiro e gente sem dinheiro nenhum.
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Correio Manhã em 18-02-2006