E depois das Presidenciais...
A democracia precisa de todos nós
O resultado obtido nas eleições presidenciais, nunca antes conseguido por qualquer movimento em idênticas circunstâncias, é um resultado histórico. Foi um combate desigual, praticamente contra tudo e contra todos, só possível graças ao extraordinário e inigualável entusiasmo com que tantos cidadãos e cidadãs se empenharam no movimento cívico de apoio a esta candidatura. Foi o combate mais bonito da minha vida. Tenho pena de não termos podido concretizar a grande esperança que este movimento representou, mas ficou demonstrado que as pessoas, com desinteresse, paixão e convicção, podem fazer o impossível. Ficou igulamente comprovado o diagnóstico que tínhamos feito quanto ao afunilamento da democracia e à necessidade de novos espaços de intervenção cívica. O que aconteceu não é convertível na criação de um novo partido. E também não é projectável numa facção interna de um partido. Um movimento de cidadania é muito mais do que isso. Fica a lição e ficam as sementes para o futuro. O que se conseguiu mostra que há condições para continuar em torno das causas que defendemos e de outras que poderão surgir. A democracia continua a precisar de todos nós, da nossa iniciativa, da nossa liberdade, do nosso sentimento de partilha e fraternidade e, sobretudo, da alegria cívica redescoberta neste combate. Agradeço a todos do coração. Podem contar comigo, tal como eu sei que posso contar convosco.
Manuel Alegre em 30-01-2006
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