11 dezembro 2005

Tenebroso e Indigno

Nota: O conteúdo de algumas das páginas, referidas neste artigo, é extremamente violento e agressivo. Não é necessária a sua visualização para compreender esta exposição.

Estava a navegar aleatória pela rede e tive o imenso azar de entrar no seguinte site:

Aldeia – Páginas Vida

Escolhi o tema Aborto:

http://aborto.no.sapo.pt/

Observei uma fotografia com o seguinte texto:

“Clique na imagem para saber que foto é esta”

Surpreendido com a abordagem arrisquei entrar em:

Fotos de abortos

Na Aldeia - por uma questão de sensibilidade, de gosto e de espaço - não existem fotografias de abortos.

No entanto, considerando que essas fotos podem ser importantes para ajudar certas pessoas a entenderem melhor que coisa é o aborto, deixamos aqui duas ligações para lugares onde encontra essas esclarecedoras imagens. São imagens duras, chocantes. O que pode ser mau... ou bom. Depende de si.”

Álbum de fotografias sem explicações

E sou recebido com o seguinte texto:

Recorde estas imagens quando ouvir alguém que tenta justificar esta ignomínia. Recorde-as quando tiver passado muitos dias sem ter feito nada para parar com isto. Mostre-as as outras pessoas: valem mais do que muitas palavras. O aborto é isto.”
Não sou activista de nenhum movimento a favor da despenalização do Aborto e habitualmente discordo de muitos dos argumentos utilizados por estes.

Mas considero abordagem aqui apresentada absurda, violenta e sem qualquer valor ético.

O mundo vive numa guerra sem quartel provocada pela cegueira dos pensamentos radicais e fundamentalistas.

Estes usam estas técnicas e abordagens para fundamentar a veracidade dos seus objectivos e para preparar os seus assassinos, bombistas e suicidas.

A vida não necessita de fundamentalistas para ser defendida.
JAC 11-12-2005

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

e você, faz de eco, tambor de ressonância da propaganda barata. Para discutir a IVG não teria necessitado de colocar aqui as fotografias, nem os links.

A IVG não é uma decisão fácil, para nenhuma mulher. É dura, muito dura! Sofrida, e que deixa mágoas para sempre. às vezes é preciso optar, às vezes a vida não nos deixa outra escolha.

Se a IVG for realizada durante as primeiras semanas, estamos a falar de células.
Tudo o mais é para chocar!

10:48 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Estamos a falar de células? Sim certamente todo o nosso corpo é composto de células que dão origem aos tecidos, mas são células que nós podemos dispor livremente do seu fim? O que é aquilo? Um tumor em desenvolvimento, será?
A genética já mostrou que o DNA está completo quando o óvulo esta fecundado( o zigoto) é uma coisa que não desperta a mínima sensibilidade verdade? Quem pensa nisso, mas o zigoto é a célula inicial de um novo indivíduo, agora diga-me a partir de que momento começa a vida? Se pudermos compartimentar este espaço temporal.

“A fusão do espermatozóide com o óvulo gera o zigoto que detona uma série de divisões celulares, duas, quatro, oito, dezasseis, trinta e duas células, resultando um conjunto parecido com uma amora que no 4º dia já tem uma cavidade repleta de um líquido, o blastocele. Depois de viajar pelas trompas, entre o oitavo e duodécimo dias depois da fecundação, o conjunto celular implanta-se no útero e passa a recolher o sustento materno, fenómeno chamado nidação. Até aqui há um pré-embrião, mas depois da fixação desenvolve-se o embrião, formando tecidos, órgãos e sistemas, até o feto e posterior nascimento.

A grande indagação é estabelecer qual o instante deste ciclo em que o novo ser vivo é uma pessoa capaz de merecer a protecção legal, o que tem especial interesse jurídico quando se debate a possibilidade de aproveitamento das células-tronco ou a interrupção da gravidez por anencefalia ou outro complicador na gestação.

A questão é polémica e nas opiniões se mesclam ideologias religiosas, científicas e filosóficas.”

Os cientistas dizem:

“A primeira Conferência Internacional do Aborto, realizada em Washington em outubro de 1967, chegou à seguinte conclusão: "Nosso grupo, em sua maioria, não foi capaz de determinar nenhum espaço de tempo entre a união do espermatozóide e o óvulo, ou pelo menos entre o estágio de blástula e o surgimento de uma criança, um ponto no qual pudéssemos dizer que ali não estava um vida humana".

Não será um ser humano pelo vosso critério então o que será? Outra questão bem diferente e interessante é quando esse ser humano passa a ter consciência mas esta consciência em termos de religião é alma assunto interessante da filosofia.

6:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

longe dos olhos, longe do coração.

Compreendo que se sinta chocado por defender que semelhantes atrocidades deviam ser legais. Eu também ficaria chocado e mal comigo mesmo se defendesse a legalização das mortes que viu na fotografia.

É sempre tentador varrer o lixo par abaixo do tapete, esconde-lo dos olhos. Dizer é uma coisa, ver é outra.

Acho muito bem que todos vejam as fotos, devia ser obrigatorio ve-las antes de pensarem em fazer um aborto. Para que a morte que irão provocar deixe de ser algo teorico e vago e passe a ter um rosto, para que se perceba bem o que é, para que se torne algo de concreto.

Camilo

2:31 da manhã  

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