Presidenciais...
Cadilhe provoca ruptura entre Portas e Santana
O aparecimento de Miguel Cadilhe não deixou ninguém indiferente à direita. Marcelo e Borges foram obrigados a aparecer na marcação ao antigo ministro das Finanças, subitamente assumido como líder do Norte e com credibilidade para suceder a Mendes no PSD, como líder da oposição e alternativa a primeiro-ministro.
Por outro lado, provocou a ruptura entre Portas e Santana Lopes: Portas veio, em desespero de causa, apoiar a candidatura presidencial de Cavaco Silva, e Santana teve que dizer que existia, com um artigo de opinião no "Expresso", a pretexto o primeiro aniversário, do célebre texto de Cavaco Silva sobre a "má moeda".
O primeiro a reagir foi Cavaco Silva, logo na quinta-feira passada, com a disponibilidade de um referendo sobre a regionalização. Mas o súbito regresso de Cadilhe à ribalta da política criticando o candidato do centro-direita Cavaco Silva e a governação reformista dos últimos três governos (leia-se Barroso, Santana e Sócrates) não deixou ninguém indiferente à direita.
Está tudo muito agitado no PSD e no CDS depois de Miguel Cadilhe. E este parece não desarmar.
Depois da entrevista à "Visão", na quinta-feira passada, onde se demarcou de Cavaco Silva, Miguel Cadilhe deu, na segunda feira, uma entrevista ao "Jornal de Negócios" e lançou um livro sobre "o sobrepeso do Estado", em que se demarca das políticas do PSD e do PS relativamente ao aumento dos impostos e denuncia a confusão entre disciplina financeira e aperto orçamental.
Elegendo Cavaco e Sócrates como adversários, Cadilhe ocupa o espaço de contestação ao Bloco Central, que pode emergir nas presidenciais e prepara-se para se constituir como alternativa.
Semanário de 30-11-2005
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