31 outubro 2005

"Não aceito que as presidenciais sejam como um jantar de gala"


CINCO MOTIVOS. Perante cerca de uma centena de apoiantes, Louçã enunciou os cinco motivos que o levam a participar nesta corrida presidencial. Primeiro A criação de um sistema de protecção social universal e justo. Segundo: "Salvar a justiça", criando condições para um efectivo combate à corrupção. Terceiro: Promover o renascimento cultural do País. Quarto: Defender os valores ambientais, numa altura em que os portugueses desperdiçam 40% da água canalizada. Quinto: Romper o silêncio consensual sobre a Europa.Glosando uma frase celebrizada por António Guterres, e virando-a ao contrário, Louçã sublinhou "Nunca mais me digam que não se pode fazer nada, que 'é a vida', para justificar a desistência."
JANTAR E DANÇA. "Não aceito que as eleições presidenciais sejam uma espécie de jantar de gala em que se dá uns passos de dança depois." Esta foi outra fórmula usada pelo candidato do Bloco de Esquerda para justificar a sua participação na corrida a Belém. Louçã diz respeitar todos os candidatos e rejeita qualquer acusação de que dividirá a esquerda nas presidenciais. "O que facilita a vitória da direita é a abstenção", assegura.
SUMO DE LARANJA. Bebia-se sumo de laranja e vinho branco numa improvisada esplanada do Jardim Botânico, ao som de uma elegante toada de jazz. Entre os apoiantes de Louçã viam-se o advogado João Nabais, o arqueólogo Cláudio Torres, o professor universitário José Manuel Pureza, o escritor José Luís Peixoto. E António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores da AutoEuropa."A unidade à esquerda constrói-se a partir da pluralidade de perspectivas. É importante mobilizar o eleitorado na primeira volta para combater a abstenção", disse José Manuel Pureza ao DN. Cláudio Torres vota em Louçã porque "a variedade é fundamental em política, contra o unanimismo e o cinzentismo geral". E José Luís Peixoto apoia-o "porque é necessária uma voz como a dele em Portugal".

14.10.05

DN

Fonte:http://dn.sapo.pt/2005/10/14/nacional/nao_aceito_as_presidenciais_sejam_co.html