31 outubro 2005

Alegre proibido de usar meios do PS


A comissão política nacional socialista já avisou os apoiantes da candidatura de Manuel Alegre que estão proibidos de usar meios do partido na campanha para as presidenciais do próximo ano.

Com a discussão da estratégia de apoio à candidatura presidencial de Mário Soares como principal ponto da agenda, a Comissão Política Nacional do PS esteve reunida na terça-feira à noite, quando advertiu que os «alegristas» estão proibidos de usar meios do partido na campanha presidencial e que deverão abster-se de participar em reuniões internas.Manuel Alegre esteve ausente da Comissão Política do PS, mas na reuniãoparticipou a bastonária da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta - uma das principais apoiantes da candidatura presidencial do vice-presidente da Assembleia da República.
O primeiro a levantar a questão da presença de apoiantes de Manuel Alegre em reuniões do PS, quando dedicadas à discussão da estratégia presidencial do partido, foi o eurodeputado socialista Capoulas Santos. Sem se referir directamente à presença de Helena Roseta na sala da reunião, Capoulas Santos considerou «inadmissível, do ponto de vista ético, que elementos que não apoiam a candidatura do partido assistam às suas reuniões para a definição da estratégia dessa candidatura».Logo a seguir, o secretário nacional do PS para as Relações Internacionais, José Lello, lembrou «o exemplo de Salgado Zenha, que se candidatou contra ocandidato oficial do partido (também nessa altura Mário Soares), mas optou por se desvincular do partido». José Lello aludiu mesmo a situações em que apoiantes de Alegre poderão «parasitar as estruturas do partido, como as suas sedes», para desenvolverem actividades contra o candidato oficial dos socialistas, Mário Soares.De acordo com fontes da Comissão Política do PS à agência Lusa, Helena Roseta abandonou a reunião quando José Lello falava, frisando que «a candidatura presidencial de Manuel Alegre tem plena legitimidade constitucional» e sugeriu que, se o entendimento de alguns dirigentes socialistas fosse outros, poderiam recorrer «aos mecanismos estatutários do partido».No final do encontro, o dirigente socialista Jorge Coelho frisou que os «meios do PS, como as suas instalações, só devem ser utilizados para apoiar o candidato do partido: Mário Soares».No entanto, o coordenador da Comissão Permanente do PS reiterou a recusa da direcção do partido em abrir procedimentos disciplinares contra militantes que apoiem outras candidaturas presidenciais que não a de Mário Soares.
«Ninguém vai ter processos nenhuns. Não vamos fazer esse favor a ninguém», disse Coelho, antes de sugerir que os militantes que «apoiam outros candidatos deverão reflectir sobre a melhor forma de não colocar em causa as decisões do partido».

19.10.05

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Fonte: http://visaoonline.clix.pt/default.asp?CpContentId=328244